Pandemia aumenta casos de bruxismo nos consultórios de dentistas

Situação está relacionada a tensão provocada pelo período; Especialistas dão dicas de como atenuar os sintomas

A pandemia da Covid-19 aumentou a demanda de atendimento para casos de bruxismo em consultórios de odontologia brasileiros. O problema consiste em ranger ou pressionar os dentes, sobretudo durante o sono. A resposta para a avolumada busca por esses especialistas está na tensão emocional causada pela emergência sanitária, combinada com os períodos de quarentena, instaurados em meados de março, para a contenção do avanço do vírus. Medo, angústia e ansiedade são agravantes do problema, dizem os especialistas, e podem explicar a corrida aos consultórios.

Para se ter uma ideia da movimentação, no Google a busca pelo termo “bruxismo” bateu recorde de registros neste período. O último mês de agosto em comparação com dezembro de 2019 teve um fluxo de pesquisa 89% maior. Trata-se do maior patamar de interesse no assunto desde 2004, quando foi iniciada medição histórica. A estimativa é que neste ano, o atendimento de pacientes com problemas relacionados à pressão entre os dentes seja três vezes superior ao que foi registrado em 2019.

Aos que apresentam sintomas característicos do problema (dor ao acordar na face e na cabeça, sensação de que a mandíbula está travada e desgaste no esmalte dos dentes) é indicado que procure um especialista para iniciar o tratamento. Não basta somente utilizar as placas noturnas que diminuem o impacto da pressão, é preciso realizar uma análise completa e entender as razões dessa tensão noturna. Em alguns casos, inclusive, é indicada a terapia cognitiva comportamental.

Em todos os casos — de maior ou menor complexidade — é indicado manter hábitos saudáveis, como exercitar-se e buscar uma alimentação saudável para atenuar o problema. Também tem impacto positivo realizar a chamada higiene do sono, que consiste em evitar tomar café após as seis da tarde, evitar o consumo de álcool e o uso de celular e computador minutos antes de ir para a cama.

FONTE: Revista Veja, 2 out 2020